Capitão Tiago Soeiro

Grupo de Intervenção Cinotécnico da GNR

Passados 64 anos após a criação da primeira força cinotécnica em Portugal, no seio da Guarda Nacional Republicana (GNR), o atual Grupo de Intervenção Cinotécnico (GIC), direciona diariamente os seus esforços no sentido de responder aos desafios de uma sociedade cada vez mais exigente e complexa, bem como na busca incessante de recursos, meios e conhecimentos para fazer face a esses mesmos desafios, através de um empenho constante, aliados à procura da inovação e evolução, na procura das melhores soluções para a defesa do interesse público.

A primeira força cinotécnica na GNR remonta a 31 de dezembro de 1956, criando-se então o Centro de Instrução de Cães Militares composto por quatro binómios de guarda patrulha. Em 1980, a GNR deu um passo importante na área cinotécnica quando um oficial frequentou um curso de deteção de droga em Inglaterra. Já em 1993, após a integração da Guarda Fiscal na GNR, formou-se a escola para cães de deteção de droga, que pertencia a uma subunidade de escalão de Companhia, com as competências de escola e de reserva operacional para todo o território nacional. A evolução foi constante ao longo dos anos e, em 2007, já existiam cerca de trezentos binómios distribuídos por todo o território nacional.

Ao longo dos anos, a GNR tem participado em várias atividades a nível internacional, nomeadamente em missões de socorro internacional e em campeonatos internacionais de Polícias. No que respeita aos campeonatos internacionais, os resultados mais relevantes foram: 1º lugar na prova de deteção de droga no Swiss Open (2000), 1º lugar no III Campeonato Internacional da Polícia Alemã de Tratadores de Cães (2000), 3º lugar por equipas no Concurso de Deteção de Droga Europeu (2001), record de pontuação máxima na prova de Patrulha e 5º lugar, ambos no 32º Campeonato Nacional Militar de Adiestradores de Perros (2020). As missões internacionais desempenhadas pelos binómios da GNR remontam a agosto de 1999, onde pela primeira vez foram projetados binómios de busca e socorro, destacados para a Turquia, após grande terramoto, onde a equipa conseguiu descobrir com vida duas pessoas soterradas havia cinco dias. Após esta projeção, alavancados pelo reconhecimento internacional na sua primeira missão de busca e socorro, os binómios continuaram a provar o seu valor em território internacional, como foi o caso da Argélia e Irão em 2003, Marrocos em 2004, destacando-se sempre pela descoberta de várias vítimas, algumas delas, felizmente, ainda vivas. Desde 2007 que os binómios da GNR participam em missões de localização de migrantes ilegais, pela Agência Europeia de Guarda de Fronteira e Costeira (Frontex), atuando nas fronteiras externas da Europa (Grécia, Hungria, Roménia, Espanha, Bulgária e Croácia), contabilizando até hoje mais de 3000 migrantes localizados. A nível nacional, nos últimos dez anos, os binómios da GNR localizaram 120 pessoas desaparecidas.

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