Dra. Liliana Coutinho
Licenciada em Ergonomia
Na Antiguidade, práticas como tomar banho eram absolutamente desconsideradas. Existia inclusivamente o medo da água, fundamentado pelo facto de se acreditar que os banhos poderiam aumentar a suscetibilidade de as pessoas contraírem Peste.
Ao longo dos séculos esta ideia vai-se apaziguando, porém, os banhos foram até ao século XIX uma prática mais associada ao culto da beleza, não sendo propriamente considerados uma prática da qual poderíamos retirar benefícios para a saúde.
Também as condições precárias de higiene não foram muitas vezes, ao longo da história, visadas como elementos críticos para a saúde individual e pública. São exemplos as políticas de higiene da Roma Antiga, que exaltavam os banhos, a remoção de dejetos humanos das ruas, e a existência de redes de esgoto e saneamento, mas que não consideravam, por exemplo, a prática de uma regular e adequada limpeza destas infraestruturas.
O ritmo da evolução científica e tecnológica, a iliteracia, as crenças sobrenaturais, e a influência da religião foram elementos preponderantes para a cultura do desconhecimento em relação aos efeitos dos microrganismos na saúde individual e pública.
A existência de diversas pandemias históricas e a forma como passámos a viver após as mesmas revela também uma fraca perceção sobre o impacto das práticas de higiene na saúde da população. Fatores como a colonização também seriam pouco considerados no que respeita ao seu impacto na propagação de doenças.
Depois de alguns séculos e experiências, é certo que as condições de vida evoluíram de forma positiva: temos melhores condições higiossanitárias, programas de vacinação e novos hábitos. Estes fatores potenciaram uma alteração no paradigma das doenças infeciosas em Portugal (e no mundo), tendo sido eliminadas algumas dessas doenças (varíola, poliomielite, etc.) e controladas outras (tétano, hepatite B, etc.).
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