Dr. Mauro Paulino

Psicólogo Forense

Dra. Sofia Gabriel

Psicóloga Clínica

Um ataque terrorista provoca efeitos negativos atrozes na saúde psicológica do ser humano, quer a nível social, quer individual (Zara, 2019). Estes ataques funcionam como um assalto aos pilares para o bem-estar, como a sensação de segurança, confiança e justiça (Asukai, Tsuruta, & Saito, 2011; Boelen, 2015; Laufer & Solomon, 2006; Zara Page, Kaplan, Erdogan, & Guler, 2009; Zara, 2019).

No contexto de um ato terrorista, perder uma pessoa próxima é considerado por Pivar e Prigerson (2005), como um resultado inevitável.

Tanto a exposição a um evento traumático, como a experiência de morte violenta de uma pessoa próxima podem facilitar o desenvolvimento de patologia, como por exemplo sintomas de depressão, perturbação do pânico, perturbação de stress pós-traumático e o recurso ao uso de substâncias como estratégia disfuncional de gestão da dor (Dyregrov, Dyregrov, & Kristensen, 2015; Gilbar, Plivazky, & Gil, 2010; Nakajima, Ito, Shirai, & Konishi, 2012; Neria et al., 2007).

Este risco de patologia é particularmente elevado devido a dois fatores. Por um lado, a violência e gravidade da perda e, por outro, a perceção de malevolência dos seres humanos (Pivar & Prigerson, 2005), gerando um luto traumático. Em poucas palavras, a pessoa encontra-se a gerir um evento que ultrapassa os seus recursos e ferramentas.

É neste sentido que Tedeschi e Calhoun (1996) avançam que são os eventos traumáticos súbitos e inesperados, incontroláveis, fora do comum, crónicos e com culpa de terceiros, que produzem mais dificuldades psicológicas para o indivíduo que os vive.

O termo luto traumático refere-se a uma perda vivenciada por uma morte ocorrida em circunstâncias traumáticas (e.g., violência), associada a reações de choque, descrença, horror e impotência. As emoções tendem a ser intensas e imprevisíveis e, frequentemente, acompanhadas de intensa reatividade fisiológica (e.g., batimento cardíaco acelerado, suores, tremores).

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